sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

NARCISIO

1ª. Versão de Ovídio (em Metamorfoses): Narciso era um jovem muito belo, que desprezava o amor.Nela, Narciso é filho do deus do Cefísio e da ninfa Liríope. Quando nasceu, os seus pais consultaram o adivinho Tirésias, que lhes disse que a criança "viveria até ser velho, se não olhasse para si mesmo". Chegado à idade adulta, Narciso foi objeto da paixão de grande número de raparigas e ninfas. Mas ele ficava insensível. Finalmente, a ninfa Eco apaixonou-se por ele; mas não conseguiu mais do que as outras. Desesperada, Eco retirou-se na sua solidão, emagreceu e de si mesma em breve não restou mais que uma voz gemente. As jovens desprezadas por Narciso pediram vingança aos céus. Nêmesis ouviu-as e fez com que, num dia de grande calor, depois de uma caçada, Narciso se debruçasse sobre uma fonte, para se dessedentar. Nela viu o seu rosto, tão belo, e imediatamente ficou apaixonado. A partir de então, torna-se insensível a tudo o que o rodeia, debruça-se sobre a sua imagem e deixa-se morrer. No Estige, procura ainda distinguir os traços amados. No lugar onde morreu, brotou uma flor à qual foi dado o seu nome, o narciso.


2ª. Versão beótica: A versão da lenda era sensivelmente diferente. Nela, dizia-se que Narciso era um habitante da cidade de Téspias, não muito longe do Hélicon. Era jovem, muito belo, mas desprezava as alegrias do amor. Amava-o um jovem, de nome Amínias, mas ele não o amava. Repelia-o sem cessar, e acabou mesmo por lhe enviar de presente uma espada. Obedientemente, Amínias suicidou-se com essa espada, diante da porta de Narciso. Ao morrer, Amínias invocou contra o cruel Narciso a maldição dos deuses. Um dia em que o jovem se viu numa fonte, apaixonou-se por si mesmo. Desesperado com a sua paixão, suicidou-se. Os téspios prestavam culto ao Amor de que esta história manifestava o poder. No local onde Narciso se suicidou, e onde a erva ficara impregnada do seu sangue, nasceu uma flor, o narciso.


3ª. Versão de Pausânias: Narciso tinha uma irmã gêmea, com quem era imensamente parecido. Os dois jovens eram muitos belos. A jovem morreu; Narciso, que a amava muito, sentiu uma dor enorme e, num dia em que se viu numa fonte, julgou a princípio ver a irmã, e isso consolou-u do seu desgosto. Embora soubesse perfeitamente que não era a irmã quem via, ganhou o hábito de se olhar nas fontes, para se consolar da sua perda.


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FONTE: (CHALITA, Vivendo a filosofia, 2004, pp.21-22).

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