sábado, 27 de fevereiro de 2010

PRE SOCRATICOS (diversos)

TALES (C. 624-548 a. C.), de Mileto, fenício de origem, fun­dador da escola. É o mais antigo filósofo grego. Levado, talvez, por alguns fatos ingenuamente observados e por lendas tradicionais, afirmou ser água o princípio gerador de todas as coisas, o arch (arché). Cultivou também as matemáticas e a astronomia, predizendo, pela primeira vez, entre os gregos, os eclipses do sol e da lua.

ANAXIMANDRO (c.611-547a. C.), de Mileto, discípulo e su­cessor de Tales e autor de um tratado Da Natureza, põe como prin­cípio universal uma substância indefinida, apeiron (apeíron), isto é, quantita­tivamente infinita e qualitativamente indeterminada. Deste apeiron primitivo, dotado de vida e imortalidade, por um processo de sepa­ração ou "segregação" derivam os diferentes corpos. Supõe tam­bém a geração espontânea dos seres vivos e a transformação dos peixes em homens.

ANAXÍMENES (c. 588-524 a. C.), também de Mileto, cole­ga de Anaximandro, levado talvez pela importância da respiração na economia vital, estabelece como elemento primitivo ar, do qual por um processo de rarefação se origina o fogo, e por condensação a água; depois a terra e posteriormente os demais seres .
Tanto Anaximandro como Anaxímenes ensinam uma espécie de palingenesia ou formação e destruição periódica de todas as coisas.
Atribuindo vida à matéria e identificando a divindade com o elemento primitivo gerador dos seres, os antigos jônios professavam o hilozoísmo e o panteísmo naturalista.

FILOLAU, também um filósofo grego (Nascido em Crotona ou em Tarento) que viveu no séc. V a.C.; pitagórico; fundou uma escola pitagórica em Tebas e foi um dos primeiros a divulgar o pensamento de Pitágoras. Restam apenas fragmentos de suas obras.

PITÁGORAS (séc. VI a.C.), nascido em Samos, foi quem inventou a palavra filosofia. Deixou duas doutrinas célebres: a divindade no número e a crença na metempsicose (migração das almas de corpo em corpo). Percorreu o mundo conhecido, pregando sua doutrina, uma espécie de seita, um orfismo renovado, fundada numa mística comportando uma regra de vida por iniciação secreta, por ritos para o êxtase onde a alma seria desligada do corpo (prisão da alma).
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PARMÊNIDES (C.544-450 a. C.), nascido em Eléia, dizia que a mudança e o movimento são ilusões. O devir não passa de uma aparência. São nossos sentidos que nos levam a crer no fluxo incessante dos fenômenos. O que é real é o Ser único, imóvel, imutável, eterno e oculto sob o véu das aparências múltiplas. “O ser é; o não-ser não é”.

ZENÃO DE ELÉIA (séc V a. C.), da escola eleática; foi discípulo de Parmênide e notabilizou-se sobretudo por seus paradoxos acerca do tempo, com os quais pretendeu refutar o mobilismo e o pitagorismo, demonstrando a incoerência do pluralismo e da noção de movimento, através do método de redução ao absurdo.

XENÓFANES (Séc. IV a. C.), nascido em Colofão, e fundador da escola eleática. Opondo-se aos jônicos, afirmava a unidade e a imobilidades do Ser: as mudanças não passam de aparências. Ridicularizou os deuses mitológicos e zombou das honrarias conferidas aos atletas olímpicos, porque “o nosso saber vale muito mais do que o vigor dos homens... Não é justo preferir a força ao vigor do saber”. Para ele, a substância primitiva e fundamento de tudo é a terra, “pois tudo sai da terra e volta à terra”.

LEUCIPO (séc V a. C.), criador do atomismo ou teoria atomista. Considerado discípulo de Pamênides ou de Zenão de Eléia, pouco se sabe de sua vida. Segundo Diógenes Laércio, Leucipo acreditava que o universo é infinito, possuindo uma parte cheia e outra vazia. A parte cheia seria constituída por “elementos”: os átomos girando em forma de torvelinho. Esse movimento dos átomos não possui lugar, obedecendo à razão e à necessidade.

DEMÓCRITO (C.460-c.370 a. C.), nascido em Abdera, foi um filósofo atomista e considerado o primeiro pensador materialista. Para solucionar o problema de Parmênides e dos eleatas, fazendo do ser uma unidade fechada e imutável e tornando incompreensível o movimento, desenvolveu o atomismo, a teoria do átomo criada por Leucipo e destinada a conciliar o ser imóvel dos eleatas com a pluralidade mobilista de Heráclito.

EMPÉDOCLES (483-430 a. C.), nascido em Agrigento, propôs uma explicação geral do mundo considerando todas as coisas como resultantes da fusão dos quatro princípios eternos e indestrutíveis: terra, fogo, ar e água. Esses princípios, ou elementos, são misturados ou separados pelo amor e pelo ódio.

ANAXÁGORAS (499-428 a. C.), nascido em Clazomenas, na Ásia Menor, considerado o fundados da escola filosófica de Atenas. Amigo e partidário de Péricles, foi acusado de impiedade e de ateísmo por seus inimigos, pois se recusava a prestar culto aos deuses nacionais. Banidos de Atenas em 434 a.C., morreu em Lâmpsaco. Foi considerado como sendo “o primeiro que acrescentou a inteligência (nous) à matéria (hylé)”.


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FONTES (ARANHA, M.L.; MARTINS, M.H.P. Filosofando. S.Paulo: 2004, págs.118-119; FRANÇA, L. Noções de história da filosofia. R.Janeiro: Agir, 1949, págs.34 e 39; MARCONDES, D. Textos básicos de filosofia. R.Janeiro: Jorge Zahar, 2005, págs.11-12; JAPIASSÚ, H., MARCONDES. Dicionário básico de filosofia. R.Janeiro: Jorge Zahar, 1996).

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